Cinema, educação e africanidades

a memória no documentário “Caixa d’água qui-lombo é esse?”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25053/redufor.v5i15set/dez.2508

Palavras-chave:

cinema, educação, memória, africanidades, Documentário

Resumo

Objetiva analisar o documentário “Caixa d’água Qui-lombo é esse?”, de Everlane Moraes (2013), para interpelar o negro a partir da temática da história e da memória. Deste modo se analisou a construção do documentário como um lugar de memória que registra a história que busca demarcar física, funcional e materialmente a trajetória de um povo, seus pertencimentos e identidades. Parte-se da hipótese que o cinema – enquanto ferramenta educativa – colabora para reflexionar a história e a memória dos povos africanos e afrodescendentes na formação do povo brasileiro instituída na lei 10.639/2003 como temática obrigatória no Ensino Regular. Partindo de uma análise fílmica de conteúdo (Penafria, 2009) com decomposição, descrição e recomposição temática, entendemos que o documentário questiona conteúdos históricos difundidos na educação brasileira como representação de verdades sobre os negros, deste modo não é tão-somente um simples modo de fazer e/ou pensar cinema, mas um comprometimento com a ressignificação da existência negra.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wolney Nascimento Santos, Secretaria Estadual de Educação – SEED/SE

Mestre em Cinema e narrativas sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) – Brasil. Professor da Secretaria Estadual de Educação – SEED. Supervisor de Cultura do Serviço Social do Comércio – SESC/N. S. do Socorro-SE. Membro do grupo de pesquisa “Corpo e política”. Aracaju – SE, Brasil.

Hamilcar Silveira Dantas Junior, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor do Departamento de Educação Física e do Programa de pós-graduação Interdisciplinar de Cinema da Universidade Federal de Sergipe (PPGCINE/UFS) – Aracaju, Sergipe, Brasil.

Fabio Zoboli, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe - UFS. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe - UFS. Professor do programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Cinema - UFS. Possui graduação em Educação Física pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1999), Mestrado em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2003), Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2007) e Pós Doutorado em "Educação do corpo" pela Universidad Nacional de La Plata - UNLP/Argentina. Membro do grupo de pesquisa "CORPO E POLÍTICA" da UFS. Editor executivo da Revista Tempos e Espaços em Educação do PPGED-UFS.

Referências

AGAMBEN, G. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 5 out. 1988.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2003.

BURKE, P. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992.

CAIXA d’água: qui-lombo é esse?. Filme. Direção Everlane Moraes. Brasil. 1 DVD (15 min.). 2013.

CANGUILHEM, G. El conocimiento de la vida. Barcelona: Anagrama, 1976.

CARROLL, N. Ficção, não ficção e o cinema da asserção pressuposta: uma análise conceitual. In: RAMOS, F. (Ed.). Teoria contemporânea do cinema. São Paulo: Senac, 2005. p. 69-104.

CARVALHO, D. M. S.; FRANÇA, D. X. Estratégias de enfrentamento do racismo na escola: uma revisão integrativa. Educação & Formação, Fortaleza, v. 4, n. 12, p. 148-168, 2019. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/974/1313. Acesso em: 23 nov. 2019.

DELEUZE, G. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.

FRESQUET, A. Cinema e educação: a Lei 13.006 – reflexões, perspectivas e propostas. Rio de Janeiro: Universo, 2016.

GOMES, N. L. Educação e relações raciais: refletindo sobre algumas estratégias de atuação. In: MUNANGA, K. (Org.). Superando o racismo na escola. 2. ed. rev. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 143-154.

KARNAL, L.; TATSCH, F. G. A memória evanescente. In: PINSKY, C. B.; DE LUCA, T. R. (Ed.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2013. p. 9-28.

MARCON, F. Quilombo urbano da Maloca: espaço e etnicidade em Aracaju/SE. In: LEITE, R. P. (Ed.). Cultura e vida urbana: ensaios sobre a cidade. São Cristóvão: UFS, 2008. p. 85-106.

MORAES, E. Uma memória poética na carne. Verberena: Diálogos de cinema & cultura audiovisual por mulheres realizadoras, [S.l.], n. 1, s.p., 2018. Disponível em: http://www.verberenas.com/article/uma-memoria-poetica-na-carne/. Acesso em: 4 jul. 2018.

MILNER, J.-C. Por una política de los seres hablantes: breve tratado político II. Olivos: Grama, 2013.

NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Revista Projeto História, São Paulo, 10, p. 7-28, 1993. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/12101. Acesso em: 12 jun. 2018.

OLIVEIRA, L. M. S. D.; ARAGÃO, P. C. As questões étnico-raciais nas histórias em quadrinhos e as práticas educativas na formação inicial docente. Educação & Formação, Fortaleza, v. 3, n. 8, p. 171-190, 2018. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/276/204. Acesso em: 20 jun. 2019.

PASSOS SUBRINHO, J. História econômica de Sergipe (1850-1930). São Cristóvão: UFS, 1987.

PENAFRIA, M. Análise de filmes – conceito e metodologia. In: CONGRESSO DA SOPCOM: Sociedade dos media: comunicação, política e tecnologia, 6., 2009, Lisboa. Anais... Lisboa: Sociedade Portuguesa de Comunicação, 2009. p. 1-10.

ROSENSTONE, R. A história nos filmes, os filmes na história. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

SERGIPE. Programa Aperipê Memória. Aracaju: Fundap, 1991.

SINGER, B. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. In: CHARNEY, L.; SCHWARTZ, V. (Ed.). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2004. p. 95-123.

TEIXEIRA, F. E. Cinemas “não narrativos”: experimental e documentário – passagens. São Paulo: Alameda, 2012.

TEIXEIRA, F. E. Documentário no Brasil: tradição e transformação. São Paulo: Summus, 2004.

VILAR, J. W. C. Evolução da paisagem urbana do Centro de Aracaju. In: ARAÚJO, H. M. et al. (Ed.). O ambiente urbano: visões geográficas de Aracaju. São Cristóvão: UFS, 2006. p. 45-67.

Publicado

2020-04-06

Como Citar

SANTOS, W. N.; DANTAS JUNIOR, H. S.; ZOBOLI, F. Cinema, educação e africanidades: a memória no documentário “Caixa d’água qui-lombo é esse?”. Educ. Form., [S. l.], v. 5, n. 3, p. e2508, 2020. DOI: 10.25053/redufor.v5i15set/dez.2508. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/2508. Acesso em: 28 mar. 2024.