DOENÇA E PECADO NO FLOS SANCTORUM DE 1513.

Autores

  • Ana Maria Machado

Palavras-chave:

História da Saúde e da Doença; Legenda Áurea; Tiago de Voragine

Resumo

A súmula que aqui apresento faz parte de uma pesquisa em curso, onde se pretendem identificar as distintas perceções e interpretações do mal físico e, a partir dos resultados obtidos, verificar se o desenvolvimento narrativo difere em função do diagnóstico da doença e se a saúde constitui uma verdadeira preocupação ou se, pelo contrário, a doença constitui apenas mais um obstáculo a desafiar a solidez da fé do homem medieval, a exemplo do sucedido com a figura bíblica de Job. Paralelamente, a investigação procede ao levantamento dos males físicos e respetivas causas próximas, remédios ou curas, no sentido de perceber que recursos precediam a taumaturgia; considera a precisão das referências às doenças, à natureza individual ou epidémica e aos sintomas; aprecia a condição social e o género do doente; analisa as condições em que o santo exerce a sua medição nos milagres de cura; verifica o tipo de discurso – súplica, promessa, oração… – ou ação – peregrinação a santuário, visita do túmulo, culto de relíquias… – que precedem ou acompanham a intervenção milagrosa; distingue entre curas individuais e coletivas; estuda as consequências da intervenção, física ou milagrosa, ou da sua ausência – agravamento, recidiva, morte; averigua as sanções à quebra de condições de cura – castigo, vingança –, por negligência ou incumprimento do compromisso; interpreta a cura física ou milagrosa e estima a sua divulgação; observa os efeitos no culto do santo em causa: mera demonstração de transcendência ou beatificação, canonização, construção de ermidas, santuários, encomenda de missas; analisa a pedagogia hagiográfica e da retórica da exemplaridade do discurso moral.

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Publicado

2016-12-21