DA REVOLTA CONTRA O TEMPO HISTÓRICO À POTÊNCIA DO ANACRONISMO NA ESCRITA DA HISTÓRIA
Palavras-chave:
Tempo histórico, anacronismo, montagem, mito do eterno retornoResumo
O tempo moderno, cronológico e linear nunca teve plena adesão dos povos; o historicismo nunca foi pacificamente aceito entre os pensadores. Nas pegadas de Walter Benjamin, o artigo defende uma historiografia que descubra nas profundezas da história, a matéria que religa o espírito humano; que contemple a montagem de tempos, do tempo impuro que se introduz na configuração de um acontecimento histórico. Da crítica do tempo linear do progresso encaminha-se para a defesa do anacronismo, considerando que a existência do ser e das culturas é feita de temporalidades diversas. A experiência do tempo não é a mesma da representação do tempo cronológico da modernidade. O passado não é algo encerrado; o tempo não é algo externo e transcendente à humanidade. O passado não é apenas estranho a nós, não é apenas um outro tempo. Somos também descendentes, diferentes e semelhantes aos homens e mulheres que nos antecederam.
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