A “QUEIMA DE SUTIÃS” DE 1968
RELAÇÕES ENTRE CORPO E ROUPA NA CONSTRUÇÃO DE UM ACONTECIMENTO SIMBÓLICO FEMINISTA
Palavras-chave:
Feminismo, Moda, Seios, SutiãResumo
A intenção deste estudo é refletir sobre a manifestação “Queima de sutiãs” analisando as relações entre moda, corpo e feminismo buscando entender os processos que a tornaram um acontecimento símbolo da luta feminista. Ao longo da história observa-se que as relações entre moda e corpo constituem-se elementos de subordinação e de libertação das mulheres, ao estabelecer estereótipos femininos adequados aos sistemas de dominação patriarcal, mas também, exprimir insubordinação quando as mulheres usam as roupas e o corpo para contestar padrões de beleza que representavam a submissão. O final dos anos 1960, contexto histórico da manifestação, foi palco de mudanças na posição social das mulheres e nos valores culturais tendo emergido um feminismo libertário que problematizou a autonomia das mulheres sobre seu próprio corpo. Os seios estão ligados à maternidade e à sedução, papéis manipulados pela cultura patriarcal e seus estereótipos femininos contra os quais as feministas contestavam e pretenderam realizar um protesto para queimar os sutiãs e outros objetos símbolos do estereótipo de beleza com uma fogueira publica que não existiu, mas que ficou conhecido como a “Queima dos Sutiãs”.
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