DANÇANDO COCO NO CARIRI CEARENSE:

TRÂNSITOS MIGRATÓRIOS E FLUXOS CULTURAIS

Autores

  • Camila Mota Farias DÍCTIS

Palavras-chave:

Dança do Coco, Trânsitos migratórios, Fluxos culturais

Resumo

O Cariri, situado no sertão do Estado do Ceará, possui fronteira com diversos outros  estados, como Pernambuco, Piauí, Paraíba e configurou-se historicamente como uma região com forte influência de trânsitos migratórios de romeiros e de sertanejos na sua formação política, econômica e cultural. Estas migrações foram iniciadas no século XVIII e movidas pela busca de melhores condições de vida, assim como por questões religiosas. A partir deste dado, temos que a dança do Coco, brincadeira de origens afro-indígena encontrada no nordeste brasileiro, é realizada atualmente no Cariri, sobretudo, por grupos de mulheres  agricultoras que, ao experimentarem o dançar, evocam memórias, histórias e práticas culturais  reveladoras de fortes influências e conexões com as formas de brincar Coco dos estados fronteiriços. Assim, neste trabalho iremos explorar estes fluxos culturais, por meio do cruzamento de entrevistas com a leitura de folcloristas, estas circulações culturais podem ser percebidas nas letras de músicas, em nomenclaturas da prática cultural ou no dançar. Desta forma, estas equivalências se dão em decorrência dos movimentos de sujeitos em migrações que proporcionam encontros, trocas e novas formas de experimentação e recriação do Coco, mostrando a dinamicidade da cultura que por meio de interações sociais passa por variações e transformações, sendo reinventada.

Biografia do Autor

Camila Mota Farias, DÍCTIS

Mestra em História pela Universidade Estadual do Ceará e Doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós- Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (PPGS-UECE) com bolsa CAPES.

Publicado

2023-10-01

Edição

Seção

ARTIGOS