Spirocerca lupi: ASPECTOS GERAIS DO PARASITO E DA ESPIROCERCOSE EM CÃES

Autor/innen

  • Rebecca Ingryd Coelho de FREITAS Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí (CCA, UFPI)
  • Matheus Alencar da Silveira Baldoíno da FONSECA Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí (CCA, UFPI)
  • Carolina Alves dos SANTOS Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí (CCA, UFPI)
  • Luiz Fernando Wolpert de GOIS Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí (CCA, UFPI)
  • Luanna Soares de Melo EVANGELISTA Dpto de Parasitologia e Microbiologia (CCS, UFPI)

Schlagworte:

Canino, espirocercose, nódulos esofágicos

Abstract

O nematódeo Spirocerca lupi, causador da espirocercose, é um parasito que acomete principalmente cães e canídeos silvestres. Seu ciclo biológico envolve hospedeiros intermediários, os besouros coprófagos e pequenas aves, répteis e roedores que servem como hospedeiros paratênicos. A doença é de ocorrência cosmopolita, com maior prevalência em países tropicais e subtropicais, sendo endêmica na África do Sul. Também já foi relatada em alguns países da América do Sul, incluindo o Brasil, sendo mais prevalente em cães de caça e cães errantes. Os vermes adultos parasitam esôfago, estômago e artéria aorta dos hospedeiros definitivos, provocando nódulos, granulomas e diversas lesões. A sintomatologia da espirocercose varia de acordo com o processo migratório do parasito no organismo do animal, os órgãos afetados, bem como a evolução da doença. Sintomas como a regurgitação, a emese, a disfagia e a perda de peso, são as principais manifestações clínicas observadas em cães parasitados. O diagnóstico se baseia nos achados clínicos, exames de imagem, parasitológico de fezes ou das secreções da regugitação, emese e achados de necropsia. O tratamento pode ser clínico, ainda pouco viável, ou cirúrgico para remoção dos nódulos contendo os parasitos. Como medidas preventivas a literatura cita evitar o acesso de cães aos hospedeiros paratênicos e, além disso, eles não devem ser alimentados com vísceras cruas de outros animais domésticos e silvestres.

Literaturhinweise

AROCH, I.; MARKOVICS, A.; MAZAKI-TOVI, M.; KUZI, S.; HARRUS, S.; YAS, E.;

BANETH, G.; BAR-EL, M.; BDOLAH-ABRAM, T.; SEGEV, G.; LAVY, E.

Spirocercosis in dogs in Israel: a retrospective case-control study (2004-2009). Veterinary Parasitology, v.211, p.234-240, 2015.

CHAI, O.; YAS, E.; BRENNER, O.; ROJAS, A.; KONSTANTIN, L.; KLAINBART, S.;

SHAMIR, M.H. Clinical characteristics of Spirocerca lupi migration in the spinal cord. Veterinary Parasitology, v.253, p.16-21, 2018.

CHIKWETO, A.; BHAIYAT, M. I.; TIWARI, K. P.; DE ALLIE, C.; SHARMA, R. N.

Spirocercosis in owned and stray dogs in Grenada. Veterinary Parasitology, v.190, p.613-616, 2012.

DVIR, E.; KINBERGER, R. M.; MALLECZEK, D. Radiographic and Computed

thomographic changes and clinical presentation of spirocercosis in the dog. Veterinary Radiology & Ultrasound, v.42, p.119-129, 2001.

ELIAS, F.; BARROS, R.M.; SANTOS-JÚNIOR, H.L.; ELOI, R.S.A; SILVA, V.;

FAGNER, F.; FONSECA-ALVES, C.E. Pathological alterations in dogs resulting from parasitism by Spirocerca lupi. Acta Scientiae Veterinariae, v.44, n.145, p.1-5, 2016. (Suppl1).

FONSECA, E.J.; AMARANTE, E.E.V.G.; ABBOUD, L.C.S.; HEES, S.J.; FRANCO,

R.J.; SILVA, B.J.A. Fatal esophageal fibrosarcoma associated to parasitismo by spirurid nematode Spirocerca lupi in a dog: a case report. Journal of Parasitic Diseases, v.36, n.2, p.273-276, 2012.

FONSECA, D.C.; LAISSE, C.J.M. Espirocercose em cão errante na cidade da Matola, sul de Moçambique. Revista de Patologia Tropical, v.43, n.4, p.492-499, 2014.

FOX, S.M.; BURNS, J.; HAWKINS, J. Spirocercosis in dogs. Compendium on continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.10, p.807-822, 1988.

FREUNDT-REVILLA, J.; HEINRICH, F.; ZOERNER, A.; GESELL, F.; BEYERBACH,

M.; SHAMIR, M.; OEVERMANN, A.; BAUMGÄRTNER, W.; TIPOLD, A. The endocannabinoid system in canine Steroid-Responsive Meningitis-Arteritis and Intraspinal Spirocercosis. PloS ONE, v.13, n.2, p.17-23, 2018.

GAL, A.; KLEINBART, S.; AIZENBERG, Z.; BANETH, G. Aortic thromboembolism

associated with Spirocerca lupi infection. Veterinary Parasitology, v.130, p.331-335, 2005.

GIANNELLI, A.; BALDASSARRE, V.; RAMOS, R.A.; LIA, R.P.; FURLANELLO, T.;

TROTTA, M.; DANTAS-TORRES, F.; BANETH, G.; OTRANTO, D. Spirocerca lupi

infection in a dog from southern Italy: an “old fashioned” disease? Parasitology Reseach, v.113, n.6, p.2391-2394, 2014.

GOMEZ-PUERTA, L.A.; CARRASCO, J.; LOPEZ-URBINA, M.T.; GONZALEZ, A.E.

Morphological and molecular identification of Spirocerca lupi (Nematoda: Spiruridae) found in the Andean fox (Lycalopex culpaeus). Journal of Parasitic Diseases, v.42, n.3, p.449-454, 2018.

GREEFF, J.M.; REID, K.; GAGJEE, J.R.; CLIFT, S.; DE WAAL, P. Population genetic

structure of the parasitic nematode Spirocerca lupi in South Africa. Veterinary

Parasitology, v.258, p.64-69, 2018.

HOSSEINI, S.M.; RONAGHI, H.; MOSHREFI, A.H.; ZAHERI, B.A.; ADIBI, M.A.;

TAVASSOLI, K. Histopathological study of gastric infection with Spirocerca lupi in Pallas’s cat (Otocolobus manul). Comparative Clinical Pathology, 2018.

KLAINBART, S.; CHAI, O.; VATURI, R.; RAPOPORT, K.; AROCH, I.; SHAMIR, M.

H. Nematode eggs observed in cytology of cerebrospinal fluid diagnostic for

intramedullary Spirocerca lupi spinal cord migration. Veterinary Clinical Pathology, v.47, n.1, p.138-141, 2018.

LE SUEUR, C.; BOUR, S.; SCHAPER R. Efficacy of a combination of imidacloprid

%/moxidectin 2.5% spot-on (Advocate® for dogs) in the prevention of canine spirocercosis (Spirocerca lupi). Parasitology Reseach, v.107, p.1463-1469, 2010.

LOBETTI, R. Survey of the incidence, diagnosis, clinical manifestations and treatment of Spirocerca lupi in South Africa. Journal of the South African Veterinary Association, v.71, p.43-46, 2000.

LOBETTI, R. Follow-up survey of the prevalence, diagnosis, clinical manifestations and treatment of Spirocerca lupi in South Africa. Journal of the South African Veterinary

Association, v.85, n.1, p.2-4, 2014.

MAZAKI-TOVI, M.; BANETH, G.; AROCH, I.; HARRUS, S.; KASS, P.H.; BEN-ARI,

T.; ZUR, G.; AIZENBERG, I.; BARK, H.; LAVY, E. Canine spirocercosis: clinical,

diagnostic, pathologic, and epidemiologic characteristics. Veterinary Parasitology, v.107, p.235-250, 2002.

MONTEIRO, S.G. Parasitologia na Medicina Veterinária. 2ª ed., São Paulo: Roca, 2014. 356p.

MYLONAKIS, M.E.; RALLIS, T.S; KOUTINAS, A.F.; VERVERIDIS, H.N.;

FYTIANOU, A.A. Comparison between ethanol-induced chemical ablation and ivermectin plus prednizolone in the treatment of symptomatic esophageal spirocercosis in the dog: a prospective study on 14 natural cases. Veterinary Parasitology, v.120, p.131-138, 2004.

OSTERMANN, A.M. Infecção por helmintos gastrintestinais em cães (Canis familiaris, Linnaeus 1758) errantes procedentes do município de Recife-PE. 2008. 69p. Dissertação (Mestrado em Ciência Veterinária) - Programa de pós-graduação em Ciência Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2008.

PAZZI, P.; KAYKOVSKY, A.; SHIPOV, A.; SEGEV, G.; DVIR, E. Spirocerca lupi

induced oesophageal neoplasia: Predictors of surgical outcome. Veterinary Parasitology, v.250, p.71-77, 2018.

QUESSADA, A.M.; SILVA, F.L.; SOUZA, A.B.; SOUSA, A.A.R. Remoção cirúrgica de nódulos de Spirocerca lupi. Acta Scientiae Veterinariae, v.35, n.3, p.385-387, 2007.

ROJAS, A.; SANCHIS-MONSONÍS, G.; ALIĆ, A.; HODŽIĆ, A.; OTRANTO, D.;

YASUR-LANDAU, D.; MARTÍNEZ-CARRASCO, C.; BANETH, G. Spirocerca vulpis sp. nov. (Spiruridae: Spirocercidae): description of a new nematode species of the red fox, Vulpes vulpes (Carnivora: Canidae). Parasitology, v.145, n.14, p.1917-1928, 2018.

ROMERO, H.Q. Parasitología y enfermedades parasitarias de animales domésticos. México, Lemusa, 2005. 876p.

ROTHMANN, W.; DE WAAL, P.J. Diversity of Spirocerca lupi in domestic dogs and black-backed jackals (Canis mesomelas) from South Africa. Veterinary Parasitology, v.244, p.59-63, 2017.

SANTOS, A.S.O.; SILVEIRA, L.S.; LEMOS, L.S.; MOREIRA, L.; SILVA, A.C..;

CARVALHO, E.C.Q.; MATOS, W.R. Aneurismas aórticos pela espirocercose canina em Brasília (Relato de caso). Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.5, n.1, p.25-30, 2004.

SASANI, F.; JAVANBAKHT, J.; JAVAHERI, A.; HASSAN, M.A.; BASHIRI, S. The

evaluation of retrospective pathological lesions on spirocercosis (Spirocerca lupi) in dogs. Journal of Parasitic Diseases, v.38, n.2, p.170-173, 2012.

SEGEV, G.; ROJAS, A.; LAVY, E.; YAFFE, M.; AROCH, I.; BANETH, G. Evaluation of a spot-on imidacloprid-moxidectin formulation (Advocate®) for the treatment of naturally occurring esophageal spirocercosis in dogs: adouble-blinded, placebo-controlled study. Parasites & Vectors, v.11, n.127, 2018.

TAYLOR, M.A.; COOP, R.L.; WALL, R.L. Parasitologia Veterinária. 4ª ed., Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

TROCCAP. Diretrizes para o diagnóstico, tratamento e controle de endoparasitos caninos nos trópicos. 1ª ed., p.21-23, 2017.

VAN DER MERWE, L.L., KIRBERGER, R.M., CLIFT, S., WILLIAMS, M., KLLER, N.,

NAIDOO, V. Spirocerca lupi infection in the dog: a review. The Veterinary Journal, v.176, p.294-309, 2008.

WIEJEKOON, H.M.S.; MUNASINGHE, D.M.S.; WIJAYAWARDHANE, K.A.N.;

ARIYARATHNA, H.M.H.S.; HORADAGODA, N.; RAJAPAKSE, J.; SILVA, D.D.N.

Postmortem detection and histopathological features of canine spirocercosis-induced putative esophageal chondrosarcoma. Veterinary World, v.11, p.1376-1379, 2018.

Veröffentlicht

2019-12-31

Zitationsvorschlag

FREITAS, R. I. C. de; FONSECA, M. A. da S. B. da; SANTOS, C. A. dos; GOIS, L. F. W. de; EVANGELISTA, L. S. de M. Spirocerca lupi: ASPECTOS GERAIS DO PARASITO E DA ESPIROCERCOSE EM CÃES. Ciência Animal, [S. l.], v. 29, n. 4, p. 28–70, 2019. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/cienciaanimal/article/view/9770. Acesso em: 4 juli. 2024.

Ausgabe

Rubrik

Artigos de Revisão