TERAPIA OTOLÓGICA INDUZ IMUNOTOXICIDADE EM CÃO
Palavras-chave:
Farmacodermia, Otite externa, Dermatologia caninaResumo
As farmacodermias podem ser definidas como reações adversas em pele, mucosas e anexos, tendo, por vezes, caráter imunomediado. O diagnóstico baseia-se na avaliação clínico-laboratorial do paciente, envolvendo uma pesquisa acerca de fatores relacionados ao uso do fármaco e seus efeitos adversos. Na medicina veterinária, são escassos os relatos de reações farmacodérmicas. Logo, o objetivo do presente trabalho é relatar uma reação adversa após terapia otológica em cão. Foi atendido um paciente canino, fêmea, 02 anos de idade, com histórico de prurido auricular bilateral com evolução de três semanas. Na ocasião, foi realizado exame citológico auricular, evidenciando presença de elevada quantidade de células leveduriformes e cocos, além de células descamativas. Optou-se, então, por terapia à base de solução otológica composta por Gentamicina, Clotrimazol, Betametasona e Benzocaína. O quadro clínico evoluiu de forma satisfatória até o décimo dia de tratamento, quando a paciente apresentou intenso eritema e secreção melicérica bilateralmente. Repetiu-se o exame citológico, assim como realizou-se cultura de bactérias aeróbicas, sendo evidenciado em tais exames um infiltrado inflamatório piogranulomatoso, com pouca presença de conteúdo bacteriano e fúngico, corroborando com os achados da cultura bacteriana. Diante da suspeita de farmacodermia, procedeu-se com a troca de todos os compostos terapêuticos, tendo a paciente evoluído de forma satisfatória até o término do tratamento. Por tratar-se ainda de uma solução otológica composta, não se pode atribuir a causa da reação a especificamente um dos compostos. Contudo, reforça-se a necessidade de conscientização do médico veterinário acerca da identificação e adequada intervenção nas reações adversas medicamentosas, assim como espera-se sua contribuição científica na difusão dessas informações.
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