Hume e Deleuze: o hábito como síntese passiva do tempo

Autores

  • Guilherme Müller Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ. Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP

Palavras-chave:

Hume. Deleuze. Hábito. Tempo. Síntese passiva.

Resumo

O propósito do artigo é o de expor a teoria do hábito em Hume a partir da interpretação de Deleuze, que concebe tal teoria na perspectiva da questão do tempo. Em um primeiro momento procuramos descrever o modo como o hábito produz a causalidade, uma vez que a relação causal é exemplar do ponto de vista da problemática temporal. Em um segundo momento tratamos do princípio do hábito como uma síntese de percepções exteriores e diferentes, princípio esse que independe da atividade subjetiva. O hábito, como procuramos mostrar, é anterior a qualquer atividade subjetiva, pois sua dinâmica é inteiramente passiva. Em um terceiro momento mostramos que essa síntese do hábito é uma síntese do tempo, uma síntese passiva do tempo, produtora, como afirma Deleuze, do presente vivo da subjetividade ativa.

Biografia do Autor

Guilherme Müller Junior, Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ. Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto do Curso de Filosofia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). E-mail: guilhermemuller@uenp.edu.br.

Referências

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Publicado

2024-09-04

Como Citar

Müller Junior, G. (2024). Hume e Deleuze: o hábito como síntese passiva do tempo. Occursus - Revista De Filosofia, 4(2 - Jul./Dez.), 163–183. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/13812