@article{Loiola Vasconcelos_2021, title={POR ONDE ANDAM OS COQUEIRAIS? OS TERRITÓRIOS TENSIONADOS E AS TENSÕES TERRITORIAIS NO ESTADO DO CEARÁ}, volume={4}, url={https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/6939}, abstractNote={<p>O estado do ceará vem se destacando com as expressivas plantações de coco, atualmente com valor agregado pelas indústrias de produtos derivados que são destinados aos mercados mundiais. A dinâmica dessa commodity contribui para alavancar a posição do país no ranking mundial, dispondo o nordeste de 80% das áreas plantadas e colhidas no brasil, destacando-se a bahia e o ceará. Assim, a pesquisa objetiva analisar e discutir as dinâmicas socioespaciais atreladas à expansão desse agronegócio, discutindo a relação deste com os territórios e as territorialidades indígenas e camponesas e compreendendo o embate entre as horizontalidades e verticalidades nos municípios de itapipoca, itarema, acaraú, amontada, trairi, paraipaba e pentecoste (ce), onde estão 59% do total das áreas plantadas e colhidas com o coco no ceará. Desde o final dos anos de 1970, o agronegócio tem se tornado um dos agentes envolvidos no que denominamos “territórios tensionados” e “tensões territoriais”. Nesta pesquisa realizamos o seguinte percurso metodológico: levantamento bibliográfico e documental associado aos trabalhos de campo. O referencial teórico foi sendo construído com obras pertinentes à temática estudada. A análise de documentos constituiu-se etapa importante, destacando-se: os laudos de vistoria técnica dos assentamentos de reforma agrária emitidos pelo instituto nacional de colonização e reforma agrária (incra); as leis de irrigação; os pareceres acerca dos colonos do perímetro irrigado curu-paraipaba, disponibilizados pela associação do distrito de irrigação curu-paraipaba (adicp); os planos de governo do ceará de 1987 a 2014; e os arquivos jornalísticos. Os relatórios disponíveis pela associação missão tremembé (amit), comissão pastoral da terra (cpt nacional e fortaleza) e aqueles organizados pelo conselho indigenista missionário (cimi), se revelaram fontes imprescindíveis à pesquisa, associadas às informações obtidas nos sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais (sttrs) e sindicatos da agricultura familiar (sintraf). Nos trabalhos de campo realizamos visitas institucionais, diálogos com os territórios e comunidades, registros fotográficos e fonográficos, participação em reuniões e assembléias, bem como o georreferenciamento para melhor espacializar a realidade estudada, possibilitando a aproximação das dinâmicas socioespaciais relacionadas à expansão do agronegócio do coco, evidenciando pari passu as heterogeneidades e possibilidades 14 divergentes que se despontam. O fortalecimento da relação entre teoria e empiria contribuiu para o desenvolvimento da tese, numa constante relação. Nesse sentido, a utilização da história oral e das memórias coletivas implicou densidade na escrita, relações com a teoria e, sobretudo, a possibilidade de dar “voz aos territórios” ao considerar os agentes sociais como sujeitos de ação envolvidos num todo. Vale destacar que antes da expansão do agronegócio, as plantações de coqueiros já floresciam nas pequenas propriedades, contribuindo para o desenvolvimento familiar. Assim, entre apropriação e domínio é que proprietários de terra, capitalistas, trabalhadores assalariados, bem como os indígenas e camponeses se apropriam distintamente do território, conforme suas diferentes concepções de propriedade e interesses de classe, imprimindo “territórios tensionados” e “tensões territoriais”.</p>}, number={7}, journal={Revista GeoUECE}, author={Loiola Vasconcelos, Tereza Sandra}, year={2021}, month={ago.}, pages={211–212} }